TEATRO EXPERIMENTAL DE ALTA FLORESTA E CELEIRO DAS ANTAS


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Afinamentos...

Hoje a tarde (23/08) integrantes do Celeiro das Antas e Teatro Experimental fizeram uma última conversa via videoconferência afinando os detalhes da apresentação dos resultados do projeto 'Florestas e Antas: experiências teatrais - em busca de um teatro possível' que será realizado no próximo dia 28/08 às 18h na sede do Itaú Cultural em São Paulo/SP.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Encontros de Pesquisa Rumos Teatro trazem espetáculos e debates, com 200 artistas de todo país


Entre 26 de agosto e 3 de setembro, o Rumos Teatro promove uma semana dedicada ao teatro, abordando prática, teoria e processos criativos desta arte. Cerca de 200 artistas de 12 estados do país se reúnem no Itaú Cultural, em São Paulo, para compartilhar seus métodos de pesquisa com o público. O evento traz ainda palestras de especialistas e o lançamento do livro Próximo Ato: Teatro de Grupo, resultado de um mapeamento de cinco anos.

A semana Rumos Teatro será aberta pelo ensaísta e professor de arte, tecnologia e cultura Laymert Garcia dos Santos, no dia 26, às 20 horas. O professor falará sobre “Teatro, Mito, História e Tecnologia. Considerações sobre a Atualidade da Articulação entre os Quatro Termos”. A partir do dia 27, em vários horários, os projetos serão abertos ao público. No dia 2, às 20 horas, a professora Cecília Salles faz a palestra “Processos de Criação em Rede. Interações como Espaços de Possibilidade”.

O encerramento dos encontros será no dia 3 de setembro com dois eventos: às 15h30, as professoras Cecília Salles, Eleonora Fabião e Cristiane Paoli Quito se reúnem com os demais participantes para um balanço das conversas. Às 19 horas, acontece o lançamento da publicação Próximo Ato: Teatro de Grupo, organizada por Antônio Araújo, José Fernando Azevedo e Maria Tendlau, e coordenada pelo Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural.

Rumos Teatro

O Rumos Teatro surgiu a partir de um programa criado em 2003, o Próximo Ato – Encontro Internacional sobre Teatro Contemporâneo. O projeto cresceu, ganhou dimensão nacional e, em 2006, teve início um processo de reformulação do qual participaram especialistas na área.

Foi então definido um eixo de debate que pudesse abranger as cinco regiões do país e criado o atual edital. Esse eixo foi o conceito de “teatro de grupo”. Ao todo, foram selecionados 12 projetos de pesquisas, cada um proposto por dois grupos, que o realizariam em intercâmbio entre eles. Além disso, os artistas produziram blogs, com o desenvolvimento dos processos de criação.


Semana Rumos Teatro
sexta 26 de agosto a sábado 3 de setembro

[ingressos distribuídos com meia hora de antecedência]

sexta 26
palestra Teatro, Mito, História e Tecnologia. Considerações sobre a Atualidade da Articulação entre os Quatro Termos
com Laymert Garcia dos Santos
20h
sala Itaú Cultural 247 lugares
[indicado para todas as idades]

sábado 27

pesquisa O Ator Animador e o Processo Criativo no Teatro de Animação
16h
com Caixa do Elefante (RS) e PeQuod (RJ)
sala Itaú Cultural 247 lugares
[indicado para maiores de 14 anos]

pesquisa Cia.teatroautônomo+irmãosguimarães

18h
com Cia. Teatro Autônomo (RJ)
arena 90 lugares
[indicado para maiores de 16 anos]

20h
com Os Irmãos Guimarães (DF)
sala Itaú Cultural 247 lugares
[indicado para todas as idades]

domingo 28

pesquisa Florestas e Antas, Experiências Teatrais – Em Busca de um Teatro Possível
18h
com Grupo de Teatro Celeiro das Antas (DF) e Teatro Experimental de Alta Floresta (MT)
sala Itaú Cultural 247 lugares
[indicado para todas as idades]

pesquisa Salsichão no Boquerão/Tainha na Prainha
[distribuição única de ingressos às 19h30]

20h
Erro Grupo (SC) apresenta Seminar Pornosuspense
piso térreo

21h
Cia. Silenciosa (PR) apresenta El Gran Cabaret Porno
piso térreo
[indicado para maiores de 18 anos]

segunda 29

pesquisa Narrativas Urbanas na Terra sem Lei
a partir das 16h com intervenção cênica de Cia. Senhas de Teatro (PR)
av. paulista – faixa de pedestres – altura do número 60
[indicado para todas as idades]

18h
com Núcleo Argonautas (SP)
Casa das Rosas [não haverá distribuição de ingressos]
[indicado para maiores de 14 anos]

pesquisa (Re)Soluções para Ontem: Inventar o Passado
20h
com Cia. dos Atores (RJ) e Os Fofos Encenam (SP)
sala Itaú Cultural 247 lugares
[indicado para maiores de 12 anos]

terça 30

pesquisa A Oralidade e a Cameloturgia − Uma Pesquisa Cênica do Porto ao Rio

18h
Será o Benedito? (RJ) apresenta Olha o Dado
rampa do metrô do Centro Cultural São Paulo
[indicado para todas as idades]

O Imaginário (RO) apresenta Varadouro
20h - 1ª sessão
20h45 - 2ª sessão
arena 90 lugares
[indicado para maiores de 16 anos]

quarta 31

pesquisa Do Concreto ao Mangue, Aquil que Meu Olhar Guardou pra Você...
18h
com Teatro do Concreto (DF) e Magiluth (PE)
sala Itaú Cultural 47 lugares
[indicado para maiores de 14 anos]

pesquisa Um Outro Si Mesmo – Troca de Pacotes
20h
com Espaca! (MG) e Companhia Brasileira de Teatro (PR)
sala Itaú Cultural 247 lugares
[indicado para maiores de 12 anos]

quinta 1

pesquisa Conexão Música da Cena

18h
com Clowns de Shakespeare (RN) e Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqu Traveiz (RS)
sala Itaú Cultural 247 lugares
[indicado para todas as idades]

pesquisa Conexões Coletivas: Angu e Bagacira

20h
Grupo Bagaceira de Teatro (CE) e Coletivo Angu de Teatro (PE) apresentam Projeto Abuso
sala Itaú Cultural 247 lugares
[indicado para maiores de 16 anos]

sexta 2

pesquisa Composição de Matrizes ou Matrizes em Composição?
18h
com OPOVOEMPÉ (SP) e Lume (SP)
sala Itaú Cultural 247 lugares
[indicado para maiores de 14 anos]

palestra Processos de Criação em Rede. Interações como Espaços de Possibilidades
com Cecília Salles
20h
sala Itaú Cultural 247 lugares
[indicado para todas as idades]

sábado 3

15h30
encerramento Encontro
com Cristiane Paoli Quito, Eleonora Fabião e Cecília Salles
sala Itaú Cultural 247 lugares

19h
lançamento do livro Próximo Ato: Teatro de Grupo
piso térreo
[indicado para todas as idades]


Itaú Cultural | Avenida Paulista 149 - São Paulo SP [próximo à Estação Brigadeiro do Metrô] | informações: 11 2168 1777| atendimento@itaucultural.org.br  | itaucultural.org.br | twitter.com/itaucultural | youtube.com/itaucultural |facebook.com/itaucultural

Casa das Rosas | Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura | Avenida Paulista 37 - Paraíso - São Paulo SP | informações: 11 3285 6986 e 3288 9447 | contato.cr@poiesis.org.br

Centro Cultural São Paulo | Rua Vergueiro 1000 - Paraíso - São Paulo SP | ccsp@prefeitura.sp.gov.br

Últimos detalhes...

Depois do Grupo Celeiro das Antas participar do último encontro presencial em Alta Floresta no mês de julho, Zé Regino, integrante do Celeiro, retornou à Alta Floresta na semana passada para participar do IV Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense que é promovido pelo Teatro Experimental de Alta Floresta.

Como não poderia deixar de acontecer, o retorno à Floresta serviu também para os retoques finais no artigo produzido pelo projeto 'Florestas e Antas: experiências teatrais - em busca de um teatro possível', além é claro dos acertos da metodologia do trabalho a ser apresentado no próximo dia 28/08 às 18h na sede do Itaú Cultural durante a Mostra de Resultados do Programa Rumos Teatro.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

‘Florestas e Antas: experiências teatrais – em busca de um teatro possível’ entra em sua fase final de execução

O Teatro Experimental de Alta Floresta e o Grupo Celeiro das Antas estão na fase final de execução do projeto ‘Florestas e Antas: experiências teatrais – em busca de um teatro possível’ aprovado pelo Programa Rumos Itaú Cultural Teatro 2010.

O projeto tem como objeto definir o conceito de “Teatro Possível” por meio de estudos das experiências do Teatro Experimental de Alta Floresta (TEAF) e do Celeiro das Antas, com o intuído de elaborar estratégias de ação a partir da compreensão da produção artística e das formas de manutenção dos dois grupos. Para isso os grupos têm realizado estudos dirigidos, videoconferências e encontros presenciais.

Os grupos entendem que a compreensão das condições de produção para desenvolver qualquer ação é primordial. A partir disso, os sujeitos, grupos e outros podem definir a postura política diante dessas condições. Para tanto, o “Teatro Possível” pode ser uma abordagem que permite uma postura pró-ativa do que se apresenta como dificuldades.

Os trabalhos seguem num ritmo intenso. Na semana próxima passada, integrantes do TEAF estiveram em Brasília para acompanhamento do ritmo do grupo parceiro. De 22 a 26 deste mês é a vez do Celeiro das Antas virem à Alta Floresta para o último encontro presencial dos grupos. Na ocasião será feito o fechamento do artigo com os resultados do projeto de pesquisa desenvolvida. Acontece ainda na próxima segunda-feira a última videoconferência onde será discutido o ‘Teatro Pós-dramático’.

Os resultados do projeto serão apresentados em São Paulo/SP de 26 de agosto a 03 de setembro em evento organizado pelo Itaú Cultural, promotor do Programa Rumos Teatro 2010, juntamente com os outros vinte grupos selecionados pelo mesmo programa.

Teatro Experimental participa de mais um encontro presencial em Brasília

De 22 a 26 de junho de 2010, integrantes do Teatro Experimental de Alta Floresta estiveram em Brasília para o segundo encontro presencial para acompanhar a rotina do Celeiro das Antas. Foram cinco dias de intensa programação tudo relatado e apresentado AQUI

terça-feira, 21 de junho de 2011

E vem aí mais um encontro presencial

Amanhã, dia 22/06, Elenor Cecon Júnior e Cassiane Leite, ambos do Teatro Experimental de Alta Floresta partem para mais um encontro presencial com o Grupo Celeiro das Antas,  em Brasília. O TEAF que no mês de abril também já esteve na capital federal, agora ficará mais cinco dias para acompanhar um pouco mais da rotina do Celeiro, além de dedicarem para os encaminhamentos finais do projeto 'Florestas e Antas: experiências teatrais - em busca de um teatro possível' apoiado pelo Itaú Cultural através do Rumos Teatro. No mês de julho é a vez do Celeiro fazer sua última visita à Alta Floresta pelo projeto. A apresentação dos resultados se dará na última semana do mês de agosto na sede do Itaú Cultural, em São Paulo, juntamente com os outros 20 grupos do Brasil todo selecionados pelo Programa em 2010.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Reflexões sobre nossos encontros em Alta Floresta

A primeira viagem a Alta Floresta foi recheada de discussões com temas específicos e com temas abertos, mas quase todos em torno do fazer teatral. Eita!, discutir sobre o fazer artístico as vezes é tão difícil, é tão melindroso que ficamos horas divagando e evitamos ir direto ao assunto. As vezes para emitirmos uma opinião curta e grossa, tipo: Não gostei., ou, Absolutamente nada haver., Não entendi a sua proposta. Soltamos uma montanha de frases, fazemos volteios e reviravoltas, transformando nossa opinião num verdadeiro tratado sobre nossas limitações e incongruências. Saímos da conversa arrotando paroxítonas de efeito, sem ter ido ao ponto X da questão. Em Alta Floresta também não foi diferente, é difícil falar o que pensamos sobre o trabalho do outro.
Somos muito eficientes nas nossas organizações, elaboramos bons projetos, conseguimos ser aprovados em editais, e quando vamos teorizar sobre o nosso fazer teatral, parece que as ideias embaralham. Como é difícil ser claro com nossos pares quando o assunto é o resultado do nosso trabalho artístico. Daí o que nós sobra é desfilar palavras de elogios, mas essas também não são eficientes, não traduzem a nossa opinião sobre o trabalho do outro. E tem outra coisa que me incomoda: quando converso com a pessoa que apresentou um espetáculo e ela começa a dar uma versão do que ela apresentou, e o que ela fala, é tão diferente do que vi, que chego a pensar que ela está falando de outro trabalho. Ela não está falando do que fez, mas do que ela imaginou ter feito.
Sei que sempre irão existir no mínimo três versões de uma obra teatral. A primeira é aquela que idealizamos, a que no mundo das ideias foi responsável por ter mobilizado todos os nossos recursos para colocar a obra em cena. A segunda versão é aquela que conseguimos fazer, a que levamos para cena; é tão difícil transformar nossos sonhos em realidade. Parodiando o Chico Simões - os sonhos são planos e a realidade é acidentada. A terceira versão é a da plateia, aí cada um vê o que consegui vê, cada um se apropria da obra de acordo com a sua capacidade. Sobre as duas primeiras temos controle, sobre a terceira, essa assim que surge já não nos pertence. Segundo Eugênio Barba em Além das Ilhas Flutuantes: O teatro é ficção, visão. Somente sua intensidade de sugestão influi sobre os espectadores. Quando se esforça em transformar-se no que quer sugerir, perde seu efeito. Que alívio foi pra mim entender que sempre haverá no mínimo essas três versões de uma obra.
Mas, é a distância entre a teoria e a prática, que há muito tempo tem me chamado a atenção. Às vezes penso que o nó da questão está na formação. Nos últimos anos no Celeiro das Antas, temos trabalhado praticamente com atores estudantes de teatro ou já formados por uma das duas faculdades de teatro da cidade.
Teoricamente a escola seria o local de formar o ator, pode ser uma escola tradicional aos moldes das escolas técnicas ou uma escola informal, construída por uma prática do fazer. Não importa o formato da escola, o importante é a formação do artista. O importante é ele ser capaz de criar um corpo para uma personagem, reproduzir os aspectos emocionais, os sentimentos, emitir uma voz que chegue com clareza aos ouvidos da plateia, compor tudo isso no decorrer dos ensaios e ser capaz de repetir tudo, como se tudo fosse feito pela primeira vez, quantas vezes for preciso, confrontando com as diversas variáveis que influenciam a execução da cena.  É isso que se espera de um ator, que ele domine as ferramentas do seu ofício, independente da sua escola.
Na prática temos encontrado muitos atores saídos de escolas formais que dominam de forma muito precária as ferramentas necessárias para o exercício do seu ofício. O que transforma os primeiros ensaios em verdadeiras oficinas básicas, buscando um mínimo de vocabulário comum com os atores. Sei que para começar um trabalho de direção é necessário criar condições de entendimento com os atores, fazer trabalho para nivelar o entendimento do grupo, isso normal, contando que dure três a cinco encontros, mas passar dois meses trabalhando sobre esse aspecto, já considero isso uma oficina de formação.
Eugenio Barba em seu livro Além da Ilhas Flutuante, escreve:
O mal-entendido começa com a pedagogia, esta situação íntima e particular, na qual uma geração oferece suas experiências – de arte e de vida - a outra geração. É completamente ilusório aprender uma série de elementos que, na realidade, não são mais que clichês e estereótipos: um pouco de dicção, um pouco de história do teatro, um pouco de psicologia e quando muito um pouco de dança moderna e de acrobacia. Somente mediante uma renovação contínua de nossa atitude pessoal diante da vida se determinará um novo enfoque de nossa arte. É o processo que nos transforma, o modo de encarar cotidianamente nosso trabalho. (1991, p. 33)
A troca de experiência de uma geração com outra, isso caracteriza uma escola? Segundo Eugênio Barba, sim. Eu também acredito nisso. Mas para que isso ocorra de forma efetiva, é necessário que o ator reconheça essa troca de experiência, esse aprendizado como sendo a sua escola, reconheça em si as suas ferramentas, as suas qualidades adquiridas e faça delas uso nas suas criações. Se o ator não assumir essa relação de troca, reconhecendo nela a sua escola, ele ficará sempre na expectativa de que um dia vai aprender aquilo que ele não sabe, não reconhecendo o conhecimento que ele já tem, vai ficar numa eterna busca sem reconhecer nele os bens já adquiridos, as ferramentas que já estão disponibilizadas dentro dele para o seu próprio uso e usufruto de seus parceiros de cena, diretor e plateia. Muitas vezes ele as utiliza sem a mínima consideração do que faz.
É como diz o Barba, É o processo que nos transforma, o modo de encarar cotidianamente nosso trabalho, a nossa atitude diante de nos mesmos, diante dos nossos feitos, erros e acertos que vão definir o artista que estamos construindo em nós. O processo se dá na construção continua do dia a dia, sem o reconhecimento de quem o vive, sem a proclamada Pedagogia da Autonomia definida por Paulo Freire de nada adianta os conceitos contidos nos livros e assimilados por nós, eles são muito importantes, porém ter apenas estes conhecimentos e não estar antenado com a realidade do nosso mundo, com as necessidades que nos cercam, sem conseguir estabelecer diálogos entre nossos processos de criação e nossas obras com o mundo a nossa volta, o conhecimento adquirido é apenas informação, não se transforma em saberes.
De volta pra casa. Tomado a distância necessária de tempo e espaço. Agora consigo compreender que o TEAF é uma escola, aberta e livre, sem um método tradicional, uma escola construída informalmente, que vem passando de mão em mão, mantendo-se vivo. Quando na nossa primeira visita a Alta Floresta, discutíamos nas nossas mesas redondas, literalmente redondas e democráticas; o que buscávamos, não era uma crítica sobre o trabalho produzido, mas o entendimento do processo vivido, e em que estágio estamos dentro desse processo, o que temos em comum e o que pode ser compartilhado, e, que atenda ao interesse de cada um. Digo isso porque na nossa primeira videoconferência ficou de forma velada, a definição de que nós do Celeiro somos o grupo dos formados, os que passaram por uma escola de teatro e o TEAF era o grupo dos sem formação, os que não tinham passado por uma escola. Depois de ter participado da 3ª videoconferência pude ver que as nossas realidades são muito mais semelhantes do que pode imaginar a nossa vã filosofia. Mas, isso é assunto para outros escritos...
Pausa para um café, hoje está muito frio para tomar cerveja.
José Regino

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Vídeos


Estamos mergulhando nos materiais produzidos nos últimos meses para iniciar as reflexões sobre o “Teatro Possível” e para isso nós do TEAF e Celeiro das Antas estamos revendo, relendo relatórios e transcrições, áudios, fotos e vídeos. Publicamos aqui pequenos vídeos que revelam um pouco das nossas discussões.

1ª videoconferência:
PROCESSO DE FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES EM EXPERIÊNCIAS TEATRAIS – EM BUSCA DE UM TEATRO POSSÍVEL”

2ª videoconferência:
"PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL"

1º Encontro Presencial - Celeiro das Antas conhece a rotina do TEAF.



 3ª videoconferência:
"AS NECESSIDADES DE MANUTENÇÃO DA OBRA ARTÍSTICA E SUA INFLUÊNCIA NO PROCESSO DE PRODUÇÃO ("teatro possível").



terça-feira, 7 de junho de 2011

Trabalhos continuam...

Os trabalhos com o projeto 'Florestas e Antas - experiências teatrais: em busca de um teatro possível' continuam.  Esta semana foram definidas as datas para os dois últimos encontros presenciais. A turma da 'Floresta' estará em Brasília de 22 a 26 de junho. Já as 'Antas' estarão em Alta Floresta entre os dias 14 e 17 de julho. Ainda neste mês de acontece o último encontro virtual, desta vez, com a temática 'Teatro Pós-Dramático'.
Clicando Aqui, podemos baixar o relatório do primeiro encontro presencial do TEAF nas terras Candangas.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mergulho na rotina do Celeiro das Antas

por Ronaldo Adriano e Maycon Rodrigues

Foi um verdadeiro mergulho que dois representantes do TEAF fizeram, no período de 27 de abril a 1º de maio, na vida do Celeiro da Antas. Com o objetivo de conhecer a rotina do grupo brasiliense os atores Ronaldo Adriano e Maycon Rodrigues acompanharam o diretor e ator Zé Regino, as atrizes Yandra, Micheli e outros em todas as atividades e compromissos do Celeiro. Entre um ensaio e outro a programação foi preenchida por espetáculos, reuniões, palestras, telefonemas, visitas a museus, praças e patrimônios históricos, discussões de propostas e diretrizes da III Conferência Distrital de Cultura. E de um ponto a outro da expandida Brasília, enquanto carros chiques com suas placas brancas passavam quase sem tocar no solo, falamos muito sobre o teatro possível que o TEAF faz no interior do Mato Grosso e que o Celeiro das Antas faz na Capital Federal. Mesmo quando o assunto não era o teatro, o que foi muito raro, estávamos sempre buscando nos enxergar enquanto grupos de teatro neste ou naquele contexto.

Momentos de singular beleza e alegria foram vivenciados durante esses dias. O Celeiro, liderado pelo nosso querido Zé Regino e Yandra (preparando mil coisas para o casamento), montou uma programação que permitiu conhecer não só a rotina do grupo, mas também possibilitou o contato com outros grupos e trabalhos com diferentes métodos de desenvolvimento e em diferentes fases do processo.

O encontro marca o fechamento da primeira parte do projeto “Florestas e Antas, experiências teatrais – em busca de um teatro possível”. O Celeiro das Antas também já esteve em Alta Floresta e pode acompanhar a rotina do TEAF e duas das quatro videoconferências já foram realizadas, nas quais foram discutidos os temas “hipóteses e formulação de problemas” e “planejamento estratégico situacional – PES”. Na segunda fase do projeto serão realizados encontros presenciais e duas videoconferências, além da análise e reflexão acerca deste teatro possível que o TEAF e o Celeiro das Antas têm produzido ao longo das mais de duas décadas se atividades.

Abaixo disponibilizamos algumas fotos dos vários momentos vivenciados e, em breve, será disponibilizado um relatório do encontro.

















quinta-feira, 7 de abril de 2011

Relatório da experiência de viagem à Alta Floresta

Um dos aspectos mais significativos da nossa viagem foi participar da rotina do grupo, isso nos fez sentir acompanhando o trabalho real deles, sem aqueles climas festivos que temos o hábito de imprimir em datas especiais, o que diga-se de passagem, não diminuiu em nada o entusiasmo, a descontração e a  importância do nosso encontro.

Logo na sexta-feira a tarde, quando chegamos ao aeroporto, já podia se perceber como seria quente o nosso fim de semana. Ainda no aeroporto fomos recebidos pelo Gean e pelo Maycon, que nos levaram direto para o hotel. Quando nos hospedamos, foi impossível não sairmos a busca de uma cerveja estupidamente gelada, fomos encontrar uma no quiosque da Dona Dalva, uma senhora muito simpática e gentil. Foi ela quem nos serviu a cerveja de boas vindas, estupidamente gelada.

Andar pelas ruas de Alta Floresta e não remeter a experiência de viver em uma cidade satélite de Brasília é quase impossível. As ruas planejadas, os espaços urbanos projetados, buscando uma lógica de ocupação espacial. Algumas construções aparentam  ter caráter de obras permanente, outras parecem ser provisórias, e tem aquelas que misturam o permanente e o provisório, e é até difícil de entender. Na dúvida, é melhor classificarmos como arquitetura moderna. Mas uma coisa parece ser padrão nesse tipo de cidade projetada: quando se anda pelas ruas não corremos o risco de encontrarmos com algo verdadeiramente surpreendente, um antigo casarão, aquela escultura de tantos anos ou uma praça resultado de uma ocupação de um espaço comum, nada imprevisto, tudo pensado, projetado. Nesses aspectos, as nossas cidades se irmanam. Andávamos por uma cidade nova, mas muito familiar aos nossos olhos.

A noite de sexta-feira fomos levados a escola Ludovico da Riva Neto, onde foi feito o lançamento do trabalho do ponto cultura do TEAF. O pátio da escola foi transformado em um auditório com direito a cadeiras, palco e até projetor de vídeo. No lançamento, falaram a secretária de cultura da cidade, Elisa Gomes, a diretora da escola, Professora Maria Helena e o artista plástico Clevis de Almeida. Logo em seguida foi apresentada a proposta do trabalho do ponto para o ano. Após a apresentação do vídeo do resultado dos trabalhos do ano passado, fui convidado a fazer uma fala sobre o Porque fazer teatro, improvisei uma fala sobre o tema A livre história da origem do teatro.

Foi muito bom ver a forma como o Grupo de Teatro Experimental consegue mobilizar as pessoas em volta do seu trabalho, dando um caráter formal sem ser burocrático ou oficialista, agregando valores e informações às suas atividades a partir do envolvimento das pessoas da comunidade e dos profissionais que se acercam do trabalho do Grupo.

O dia não poderia terminar de forma diferente. Fomos jantar, tomar uma boa rodada de cerveja e aproveitar para encontrarmos os outros participantes do grupo que ainda não tínhamos visto.



2º dia:
Logo pela manhã, saímos numa excursão pela cidade. Primeiro ponto de parada foi o Museu de História Natural, muito bem estruturado, bem montado e coordenado por Jesus, não o filho do homem, mas o Geólogo Doutor pesquisador em Palenteologia Jesus da Silva Paixão. Ele fez um passeio pelo museu expondo as curiosidades e novidades de descobertas da arqueologia local. Surpreendente saber que estávamos praticamente cercados por importantes sítios arqueológicos.

Mais um aspecto a ser considerado: as escolhas dos locais onde se constrói as cidades nunca é ao acaso, uma cidade não se constrói apenas movida pela vaidade humana, sempre tem razões que em um primeiro momento nossas razões desconhecem, mas quem defini o local, não as desconsideram. Alta Floresta fica dentro da floresta amazônica, perto de importantes sítios arqueológicos. A sua volta temos a história de nossos antepassados registrada em pedras, construída em cerâmicas, ocupando espaços dentro da mata.

Saímos do museu e fomos fazer um passeio pela cidade, rumo ao bairro Vila Nova, habitado basicamente por ex-garimpeiros e trabalhadores do campo. Uma outra grande surpresa para nós que viemos de uma cidade projetada, foi encontrar nesse bairro características muito semelhantes com as nossas cidades vizinhas de Brasília - que foram construídas para abrigar parte dos operários que  participaram da construção da cidade - os conjuntos habitacionais  construídos de madeira. Uma estética de ocupação provisoriamente definitiva. Residências erguidas de forma provisória, mas que lá se vão para mais de trinta anos. Andar pelas ruas daquele bairro era como caminhar por um cenário de uma história já vivida, uma história familiar que aponta para uma data final. A casa de madeira, como as que foram feitas no início de Brasília e hoje são muito poucas, são raras peças de museu, em Alta floresta você transita por muitas delas. Impossível não sacar a máquina fotográfica e sair capturando, sequestrando aquelas imagens para resguardá-las do efeito do tempo.

De tarde
A tarde foi reservada para um pouco de discussão intelectual. Como já estava previsto no plano de trabalho do grupo, eles iriam discutir os temas da nossa próxima videoconferência: A Rigorosidade, a Radicalidade e a Ruptura no trabalho de grupo. A discussão se estendeu por toda a tarde, sem sairmos do primeiro conceito. A dinâmica adotada era, cada conceito ser apresentado por um membro do TEAF, após a explanação teórica partiríamos para o debate. Mal o Ronaldo Adriano terminou a sua explanação sobre Rigorosidade, a discussão foi instaurada, ocupando toda a nossa tarde. Foi uma boa discussão, não chegamos a nenhum consenso, muito pelo contrário, fizemos foi ampliar nossas dúvidas e incertezas, bem aos moldes das discussões nas antigas academias de filosofia. Acabamos adiando a discussão dos outros dois temas para a tarde do dia seguinte.

De noite
A noite veio trazendo a força da Lua Perigeu, popularmente conhecida como a Super Lua. É quando a lua fica mais perto da terra, esse fenômeno ocorre no céu a cada 18 anos. E nós fomos levados para o Pesque Pague Paraíso. Sim caro leitor, depois que fui à Alta Floresta posso dizer que já pisei no Paraíso, que paraíso! Com tudo que sonhamos ter em um paraíso: paisagens bucólicas; muita água; uma belíssima arquitetura que avança por sobre os tanques d’água, onde são criados belos peixes; um bar varanda bem arejado e espaçoso todo de madeira,  onde se tem acesso a uma balsa, que naquela noite, para o nosso deleite, sob a luz da grande lua, foi transformada em um teatro que abrigou a encenação do Grupo para o poema O operário em construção, de Vinícius de Moraes. Depois de todo esse deleite foi oferecido um jantar para os convidados, uma delícia de tucunaré assado, como entrada isca de peixe frito, tudo regado a deliciosa cerveja de Alta Floresta. Um verdadeiro paraíso. Sinto muito, amigos, a conversa sobre teatro foi adiada para o dia seguinte, acumulada para a outra discussão que já estava prevista. Falei no início que era um encontro planejado, informal, mais informal impossível! Abrimos mão da conversa para usufruirmos do Paraíso.

3º dia
De manhã
Acordamos sem a mínima ressaca, logo no café da manhã concluímos: deve ser sempre assim, quando se bebe no paraíso.
Era nove horas da manhã e a agenda já estava rolando. Na sede do Ponto de Cultura que fica ao lado da feira permanente, tipo mercado central, os atores já estavam preparados para tomar a feira de assalto com seus experimentos cênicos. Foram quatro pequenas intervenções, que logo que concluídas, partimos para a compra. E, fomos direto preparar o almoço do dia. Um almoço feito a várias mãos. Cardápio? – Galinhada, com salada verde de entrada, para sobremesa torta de chocolate com sorvete de flocos e cobertura de chocolate meio amargo. Tudo feito por nós, na acolhedora casa do Ronaldo Adriano e da Mirian Marques. Tudo regado a deliciosa cerveja gelada.

Vejam só, com tudo isso conseguimos manter a agenda do dia. Era quatro horas da tarde e estávamos todos, ou quase todos, na sede do grupo para darmos início a mais uma rodada de discussão. Barriga cheia, cabeça feita, vamos às discussões intelectuais.

Ah! Um detalhe importante, durante o almoço conversamos muito sobre as nossas formas de organização e produção dos grupos. Como cada grupo lida com o dinheiro, cachês e etc e tal. Foi uma conversa muito proveitosa.

De volta as discussões. Maycon expos sobre  o conceito de Radicalidade  e Fernando expos sobre Ruptura, e a discussão rolou o resto da tarde. No início da noite entramos na análise das apresentações feitas pelo Grupo na noite anterior lá no Paraíso e de manhã na feira. Falamos sobre nossas angústias, dúvidas, incertezas, sobre perspectivas e possibilidades de estratégias para se chegar a novos  trabalhos. Algumas questões ficaram pairando dentro dos nossos corações e mentes: Que modelos estamos buscando para o nosso fazer teatral? Quais caminhos percorremos para chegar até aqui, e o que ele deixou verdadeiramente marcado nas histórias de nossas vidas de fazedores de teatro? Que identidade é essa, que de forma subterrânea e muitas vezes inconsciente, vem moldando o nosso fazer artístico?  Que teatro é esse que queremos fazer, e qual é possível ser feito dentro dos limites da nossa realidade cotidiana?

Para concluir, foi lançado a proposta de utilizar a contação de história, nas ruas praças e feiras, como forma de iniciar um processo de teatro de rua e quem sabe gerar uma nova montagem.

E quanto às outras reflexões feitas nesses três dias de visita? Bem, vamos tentar expor nos nossos próximos relatos, para isso, temos esses próximos quatro meses para o árduo e divertido exercício da escrita.

Pausa para uma cerveja e voltamos já.

Grupo de Teatro Celeiro das Antas
José Regino e Micheli Santini

Obs. - O encontro presencial em Alta Floresta aconteceu nos dias 18, 19 e 20 de março/2011.















sexta-feira, 1 de abril de 2011

Atividades marcaram o primeiro encontro presencial entre Teatro Experimental e Celeiro das Antas

Nos 18, 19 e 20 de março o Teatro Experimental de Alta Floresta recebeu os integrantes do Celeiro das Antas José Regino e Michele Santini para o primeiro encontro presencial do projeto  'Florestas e Antas: experiências teatrais - em busca de um teatro possível' que esta sendo executado pelos dois grupos. O referido projeto foi um dos contemplados do Programa Rumos Itaú Cultural Teatro do Instituto Itaú Cultural e tem como objetivo intercambiar as estéticas e as formas de manutenção, para a definição de meios de produção artística.

Já na sexta-feira participaram da aula inaugural do Ponto de Cultura Teatro Experimental na escola Ludovico da Riva Neto. Além de exposição dos resultados alcançados nos trabalhos desenvolvidos com vinte alunos no Vila Nova no ano de 2010, aconteceu  ainda a apresentação dos cursos e oficinas programadas para este ano, além de uma palestra 'Fazer Teatro' que foi ministrada pelo José Regino .  

No sábado pela manhã, um roteiro cultural pela cidade de Alta Floresta foi uma das atividades desenvolvidas cuja proposta foi o de mostrar os nossos convidados um pouco sobre a história de Alta Floresta, sobretudo para que pudessem entender um pouco onde vivemos e o que produzimos.

A tarde, no Centro Cultural de Alta Floresta, o 'Seminário de Estudos Teatrais' discutiu parte dos princípios desenvolvidos pelo TEAF em seus trabalhos - Rigorosidade, Radicalidade e Ruptura. Foi um momento de conversa e debate que julgamos muito proveitoso e de suma importância para o projeto.

À noite, sob a incidência da luz da Super Lua Cheia, foi apresentada a performance 'O Operário em Construção' por integrantes do Teatro Experimental. Na sequência um jantar com outros convidados fechou a noite do segundo dia, marcada pela comida boa e de muito papo.

No domingo pela manhã, o Teatro Experimental desenvolveu uma intervenção cênica 'Poesia nas Alturas' na Feira Municipal do Produtor (feira Livre). Dali partimos para a casa de Ronaldo Adriano, onde  todos meteram a mão na massa, aliás a massa, do bolo, ficou à cargo do Zé Regino. Durante todo o almoço e pelo resto da tarde mais conversas entre os integrantes dos dois grupos permitiram conhecer um pouco mais de ambos os lados.

Já no início da noite, de volta ao Centro Cultural de Alta Floresta, a discussão sobre Rigorosidade e Ruptura subsidiaram novos confrontos de idéias e pensamentos a cerca de nossos trabalhos. Na sequência, uma avaliação fechou as atividades do primeiro  encontro presencial.
Crédito: Maycon Rodrigues

Crédito: Elenor Cecon Júnior

Crédito: Elenor Cecon Júnior

Crédito: Elenor Cecon Júnior

Crédito: Elenor Cecon Júnior

Crédito: Elenor Cecon Júnior

Crédito: Elenor Cecon Júnior

Crédito: Elenor Cecon Júnior
Crédito: Ronaldo Adriano Freitas

Crédito: Elenor Cecon Júnior

Crédito: Ronaldo Adriano Freitas

Crédito: Ronaldo Adriano Freitas

Crédito: Fernando Nunes

Crédito: Gean Nunes

Crédito: Maycon Rodrigues

Crédito: Maycon Rodrigues

Crédito: Elenor Cecon Júnior